sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Primeira dia da ultrassonografia seriada

Aguardei alguns dias até chegar a data marcada para a minha primeira ultrassom.
Quando cheguei na clínica, perguntei à recepcionista qual a especialidade do médico que ia fazer o meu exame e ela não soube me informar. Após uns 40 minutos na sala de espera, fui chamada por uma auxiliar do médico, que me orientou tirar a roupa e vestir uma capa.
Deitei na maca e o médico, Dr. Grimaldo veio, trocou meia dúzia de palavras comigo e então iniciou o exame.
Muito indelicado, manipulava o aparelho de forma desajeitada causando muito desconforto e até dor.
Comecei a me retorcer na maca e ele reclamou, pedindo que eu ficasse quieta. Enquanto o médico olhava no monitor do aparelho de ultrassom, franzia a testa e fazia cara feia. Comecei a ficar tensa. Ele não dizia nada, só fazia cara feia e olhava para o monitor, enquanto movimentava o bastão do ultrassom.
Fui ficando nervosa, passei a imaginar que ele havia descoberto um tumor enorme ou algum problema bem bizzaro. Perguntei: "o que o senhor está vendo, doutor?". Ele respondeu: "Suas alças intestinais estão dificultando a visualização dos ovários. Aguarde um pouco." Então levantou e saiu da sala, retornando dois minutos depois com outra médica, Dra Daniela. Essa médica chegou na sala bastante simpática, me fazendo perguntas. Sentou-se à frente do aparelho e começou a manuseá-lo, identificando rapidamente os meus dois ovários. Enquanto ela ia encontrando, ia mostrando tudo pro Dr Grimaldo, como uma professora ensinando pro aluno como é que se faz.
Ela encontrou um pequeno folículo de 4mm de diâmetro. Esse folículo poderia ser ou não o folículo que ia liberar o óvulo, mas ainda estava muito pequeno para saber. Eu só saberia no próximo exame.
Então num instante, finalizamos o exame com a Dra Daniela e eu me vesti e retornei para a recepção para aguardar o laudo ficar pronto.
Enquanto isso, perguntei à recepcionista se tinha vaga na agenda da Dra Daniela para fazer os próximos dois exames, mas ela disse que não. Infelizmente eu teria que fazer mesmo com o Dr Grimaldo (que eu não gostei nem um pouco).
Recebi o laudo após alguns minutos e fui embora dali, para retornar dois dias depois para a segunda sessão.

Marcação da Ultrassonografia seriada para diagnóstico de ovulação

A ultrassonografia seriada para diagnóstico de ovulação é uma sequência de exames de ultrassom que são realizados em dias consecutivos para identificar se, e quando,  uma pessoa está ovulando.
A ovulação acontece geralmente no meio do ciclo, cerca de 14 dias após a chegada da menstruação. O período fértil é a fase em que a pessoa está ovulando e tem chances de engravidar.
Às vezes, por alguns motivos como problemas hormonais, entre outros, algumas pessoas não ovulam durante o mês inteiro, o que é chamado de ciclo anovulatório. Sem ovulação, é impossível acontecer uma gravidez.
A ultrassom seriada me ajudaria a saber se eu estava ou não ovulando.
Já comecei com alguma dificuldade para encontrar um lugar que fizesse essa sequência de exames pelo plano de saúde. Liguei para várias clínicas indicadas no site do meu plano de saúde, até conseguir num consultório especializado em diagnóstico por imagem.
Marquei para começar no 11o dia do ciclo. A sequência ficou assim: no 11o, 13o e 15o dias do ciclo. Infelizmente eu não estava de férias e tive que pedir a minha chefe para sair do trabalho por 1h 30min nesses três dias, o que foi ruim, pois eu ainda estava meio reservada e não queria comentar sobre o meu problema com ninguém, mas não tive escolha. Falei pra ela que eu estava fazendo uma investigação diagnóstica por dificuldade para engravidar e que eu precisaria me ausentar do serviço por alguns instantes nesses dias. Não cheguei a dar muitos detalhes, mas mesmo assim foi péssimo! Quebra de privacidade! Mas... paciência.


quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Espermograma


Não era só eu que tinha exames para fazer.
Havia uma solicitação de espermograma pro maridão e ele já estava sabendo, mas demorou vários dias para ir fazer.
Confesso que tive bastante receio de que aparecesse algum problema sério no espermograma, pois (posso estar enganada, mas) acho que quando o problema é no homem, não tem muito o que ser feito.
Graças a Deus o resultado veio rápido e estava tudo normal.
Respirei aliviada, mas por outro lado, senti um pouco mais o peso de quase ter certeza de que, se existia algum problema, o problema estava em mim.

Os primeiros exames

Ansiosa para descobrir se havia algum problema, tratei de providenciar logo a marcação dos primeiros exames.
Acordei cedinho e fui em jejum ao laboratório fazer a coleta de sangue para avaliar hemograma, glicemia de jejum, colesterol total e frações, prolactina, FSH, Estradiol E2, Testosterona livre e total, DHEA e SDHEA.
A dosagem de prolactina tinha uma série de restrições. Não podia fazer exercício no dia anterior, nem sexo. No dia do exame, era necessário estar em jejum e ficar sentada na sala de espera por 30 minutos antes da coleta de sangue, sem cruzar os braços ou as pernas. Estranho, hein?
Mas fiz tudo como solicitado. Recebi um código para pegar os resultados pela internet e aguardaei alguns dias até que os resultados estavam prontos.
Imprimi os resultados e vi que tudo estava normal, dentro dos limites de referência indicados pelo laboratório.
De qualquer forma, quem vai dar o parecer é o Dr. Toninho, quando olhar meus resultados.
Isso é só o começo, tenho mais solicitações de exames para cumprir. Vamos que vamos!

A escolha do médico e a primeira consulta.

Andei pensando comigo mesmo. Desde a minha primeira consulta com um ginecologista, aos quase 20 anos de idade, o médico me informou que o meu colo do utero era "virado" para a esquerda.
Será que isso estava atrapalhando de alguma forma?
Minha irmã, que teve problemas com a primeira gravidez, andava pesquisando muito sobre médicos e tratamentos e estava sendo acompanhada por um dos profissionais mais gabaritados da obstetrícia em Salvador. Não vou aqui fazer uma listagem das competências desse médico, mas ansiosa como estava em busca de uma resposta sobre a minha "demora" para engravidar, decidi procurar esse médico.
Dr. Antônio Carlos Vieira Lopes, ou Dr Toninho, como suas pacientes chamam.
Ele foi professor do meu marido na universidade e era muito querido pelos alunos.
Na minha primeira consulta, fui muito bem recebida pelo Dr Toninho, que me encheu de perguntas e fez ultrassom. A princípio, nenhuma evidência de anormalidade. Dr Toninho me disse que 6 meses não é tempo suficiente para se preocupar, mas mesmo assim, saí do consultório com uma pilha de papéis solicitando vários exames.
Respirei fundo e vamos lá!

Vários meses de tentativa... e nada!

Meu marido já falava em filhos desde o 2o ano de casamento. Quando eu resolvi que estava na hora de engravidar, só precisei avisá-lo de que logo logo nosso bebê estaria chegando, pois eu iria parar de "evitar".
Apenas não controlei mais nada. Como o meu ciclo menstrual sempre foi (inacreditavelmente!) regular, eu estava certa de que num instante eu estaria grávida.

Até passei a me comportar de forma diferente. Saí para comprar sapatos e escolhi saltos mais baixos, modelos confortáveis. Roupas e vestidos mais compridos e folgadinhos. Encurtei bastante os cabelos.
As conversas com as amigas passaram a ser sobre bebês, gravidez, planos, etc.

Passaram-se o primeiro, segundo, terceiro mes e nada. Que chato! Cada vez que a menstruação chegava, uma decepção.
Ainda despreocupada, apenas passei a observar os dias férteis do meu ciclo e tentar estar com o meu marido nos tais dias estratégicos, para dar um "empurrãozinho" no destino!

Então vieram o quarto, quinto, sexto mês. Mais e mais sentimentos de frustração a cada menstruação que chegava. Sempre na segunda metade do ciclo eu ficava sem saber se eu podia tomar bebida alcoolica, se eu podia pular, pegar peso... pois eu podia estar grávida sem saber. Ansiedade seguida de decepção. E eu ainda ficava na dúvida, por causa dos plantões do maridão. Nem sempre dava pra estar com ele nos dias planejados. Achava que o meu esquema de dias férteis estava sendo falho.
Mesmo assim, isso incomodava muito. Na minha cabeça, não era para ser assim tão difícil.
Resolvi procurar um médico.

A vontade de ser mãe.


Conheci o meu marido na universidade. Eu tinha só 18 anos e ele 19. Estamos juntos há 12 anos e me considero uma pessoa de muita sorte no amor! Não foi tudo perfeitinho o tempo inteiro; durante o namoro tivemos brigas, términos e voltas, dúvidas, etc, como todo casal normal. Mas o mais importante é que tudo isso por que passamos acabou reforçando ainda mais os nossos laços e hoje temos uma parceiria incrível.
Nos últimos 4 anos eu tenho sido uma mulher casada, independente e sem filhos, feliz e convicta! Vida de casal sem filhos é muito boa. Viajamos muito, fazemos coisas divertidas!
Sem crianças para se preocupar a gente se curte mais e cuida mais um do outro! Eu continuaria assim, sem filhos, por mais uns 2 ou 3 anos se eu fosse apenas contar com o meu desejo de ser mãe no momento. No entanto, eu sempre soube que não se deve esperar demais para engravidar, pois com o avançar da idade as chances de doenças congênitas e os riscos de complicação na gravidez aumentam, além de a fertilidade cair.
Ao completar 29 anos em 2011, pensei: "Tá na hora"! E assim, passei da fase de planejamento familiar à fase que se chama carinhosamente de "Tentante"!