quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Os primeiros dias após a videolaparoscopia

Finalmente cheguei em casa. Não recebi nenhuma recomendação para restrição alimentar nem sobre se abaixar, subir escada, pegar peso, etc... teoricamente eu podia fazer tudo! mas é claro que eu tomei certos cuidados!
Fiquei 15 dias afastada do trabalho, mas com 5 dias eu já estava novinha em folha! Não sentia absolutamente nada!
Mas não pensem que foi assim tão fácil!
No primeiro dia, ou seja, no dia da cirurgia, voltei pra casa e senti aquela dor insuportável no ombro. Especialmente se eu risse ou me mexesse na cama. Foi horrível, a dor era realmente forte. Eu não conseguia deitar e tive que dormir sentada com uns 5 travesseiros apoiando as minhas costas.
Liguei para um amigo, o Daniel, que é cirurgião geral! Ele foi um amor e me explicou o que estava acontecendo.
Me disse que durante a videolaparoscopia, o abdome da paciente é insuflado com um gás para facilitar a visualização do campo cirúrgico, já que não tem cortes grandes e o médico opera com auxílio de uma câmera de vídeo. Esse gás que insufla o abdome causa uma irritação nos nervos que passam por ali, e o que eu devia estar sentindo era uma dor irradiada do nervo costofrênico, que geralmente demora no máximo 48h para passar. Ou seja, realmente não tinha nada a ver aquela história de que "eu devia ter um problema ortopédico no braço" que o Dr Carlos Lino me disse.
E foi exatamente como o Daniel me explicou! Demorou 48 horas com aquela dor chata, mas ela foi diminuindo, ficando mais fraca e após 48h ela sumiu! Dureza foi ter que dormir as 2 primeiras noites sentada (porque assim doía menos) e não poder dar risada! Só porque rir fazia o ombro doer pra caramba, eu tive umas 2 crises de gargalhada, em que eu ria e chorava ao mesmo tempo de tanta dor, mas não conseguia parar de rir!
Outra coisa chatinha depois da cirurgia é que fiquei 4 dias obstipada, daí tive a idéia "genial" de tomar um laxante pra ajudar. Daí quando veio a vontade de ir ao banheiro, minha barriga doía tanto, tanto, tanto! nossa, pensei que eu ia desmaiar!
Tomei a dose máxima de buscopan composto, e ainda tive que repetir o buscopan algumas horas depois, porque acho que o laxante sensibilizou a barriga por dentro e danou a doer! Mas foi uma vez só!
Depois tudo voltou ao normal. Ah, a minha barriga ficou inchada por uns 15 dias, depois fiquei com uma pochetinha (aquela gordurinha abaixo do umbigo) bem saliente por mais uns 2 meses. O meu umbigo, que parecia uma bola de massa de modelar foi recuperando a forma devagarzinho... E com cerca de 2 a 3 meses após a cirurgia, tudo voltou a ser como era antes. Exceto, por duas pequeninas cicatrizes de 1cm que fiquei na barriga, uma à direita e outra à esquerda.
Depois de passar por tanta coisa, resolvi dar férias para o meu coração! Decidi que vou passar 4 meses sem ir a um médico! Rsrs!!!!

A videolaparoscopia e a videohisteroscopia - Primeiros momentos após a cirurgia



... como eu ia dizendo... "Puff"! A anestesista me sedou e daí eu só me lembro quando eu comecei a acordar... eu ainda estava com o mesmo desespero de antes de iniciar a cirurgia. Muito sonolenta eu sentia como se estivesse acordando de um sono muito pesado, não conseguia me mexer e alguém me ajeitava na maca. Deveria ser uma técnica de enfermagem.
 Loucamente, comecei a pedir a ela para ver o meu prontuário.
"Eu quero ver o meu prontuário, preciso saber o que está no relato cirúrgico, por favor, me traz o meu prontuário". E a moça achou que eu estava delirando sob efeito da anestesia e saiu me deixando falar sozinha.
Alguns minutos depois alguém empurrava a minha maca, me levando para o quarto da enfermaria onde minha mãe me esperava. Eu não estava sentindo nada, nem dor, nem desconforto. Só a cabeça, que estava a mil, sem saber o que tinha se passado e porque eu havia feito aquela cirurgia.
Aos poucos fui retomando a consciência das coisas. Quando a narcose anestésica foi diminuindo, tive uma tremedeira... batia o queixo e tremia o corpo inteiro, mas não era frio, era involuntário, estranho! Durou uns 10 minutos e passou.
Mais umas 3 horas após o fim da cirurgia eu senti fome (ainda estava em jejum e já era umas 16h da tarde). Trouxeram aquelas comidinhas sem graça de hospital (Suco de goiaba, pão integral com uma fatia de ricota. E só!). A fome era tanta que eu devorei aquele "banquete" num instante!
Levantei e logo consegui fazer xixi. Tem gente que demora de fazer xixi por causa da anestesia.
Achei que eu já estava ótima e queria ir pra casa. Tirei a capa da cirurgia para colocar o meu vestido folgadinho e uma calcinha bem molinha. Quando vi o meu umbigo tomei um susto. Estava horrível, todo deformado, parecendo uma bola de massa de modelar amassada. Pensei que eu ia ficar com o umbigo assim pro resto da vida e chorei de novo!
Um tempinho depois, comecei a sentir uma repentina dor no ombro direito. Incomodando, e depois foi ficando muito forte e com pouco tempo já estava insuportável. Eu mal podia respirar de tanta dor.
Trouxeram dipirona, chamaram um anestesista que mandou me dar morfina e disse que ia chamar o médico que me operou porque aquela dor poderia estar relacionada com a cirurgia.
Eu não conseguia entender porque a cirurgia foi na barriga e a dor era no ombro. Eu já estava pensando que me derrubaram da maca ou algo pesado caiu em cima de mim durante a cirurgia e eu estava sedada e não vi nada. Comecei a ficar ainda mais nervosa e a dor era tão insuportável que eu estava vivendo um inferno ali.
Trouxeram a morfina, e a dor foi aliviando aos poucos...

Fui caminhar pela enfermaria por recomendação da fisioterapeuta. Logo a dor no ombro voltou. Eu caminhava e chorava muito segurando o meu ombro direito que tanto doía. As pessoas me olhavam com cara de dó! A enfermeira tentava contato com o Dr Carlos Lino, mas ele devia estar em outra cirurgia, pois não veio logo. Chamaram outra anestesista.
A outra médica que veio mandou dar mais dipirona e chamar o Dr Carlos Lino.
Eu já estava com medo, achando que podia morrer, ou que tinha uma tesoura dentro da minha barriga... qualquer coisa assim.
Depois de umas 2h de espera, o Dr Carlos Lino veio. Falou pouco como sempre, disse que não havia ocorrido nada de errado com o meu braço durante a cirurgia e que eu já devia ter algum problema ortopédico no ombro e não sabia. Fiquei com raiva de ele ter dito isso. Uma dor insuportável daquela, que veio de repente depois da cirurgia e eu nunca tinha sentido nada semelhante antes... e ele diz que eu devia ter um problema ortopédico no ombro e não sabia! Ninguém merece né?
Eu quis sair correndo daquele hospital, o mais rápido possível. O Dr Carlos Lino passou umas orientações do pós operatório para a minha mãe e deu o número do celular dele, caso precisasse de alguma coisa.
Recebi alta e tomei um taxi pra casa. Cada balançadinha que o taxi dava doía tudo, mas eu estava contente de já ter saído do hospital!

PS: Pessoal, essas figuras que estão no post eu peguei no google imagens, não sou eu e nem conheço o médico da foto, tá!

A videolaparoscopia e a videohisteroscopia - Momentos antes

Olá, amigas(os), demorei mas estou de volta para fazer essa postagem.
E é para contar como foi a tal cirurgia de tratamento da endometriose. Dividi em 2 partes para não ficar cansativo. Antes do ato cirúrgico e após o ato cirúrgico. Bem, vamos lá!
No dia da cirurgia acordei cedo, aliás, mal consegui dormir de ansiedade. Tive que fazer um preparo intestinal com um líquido laxante (ninguém merece) e ficar em jejum de 12h, até de água.
Minha irmã foi me levar até o hospital. Já que eu não poderia dirigir na volta , não dava para ir com meu carro. A minha mãe foi de acompanhante. Preferi a minha mãe do que o meu marido, porque cuidado de mãe não tem igual, né?!
Chegando ao hospital, fui encaminhada para o quarto onde eu ficaria no pós operatorio. Ali a enfermeira me orientou a retirar anéis, brincos, elástico de cabelo, e tirar toda a roupa para colocar a capa cirúrgica, aquela touquinha ridícula e o propé (é tipo uma touca descartável, só que é para cobrir os pés).
Fiquei aguardando lá na cama, tentando conversar qualquer coisa com minha mãe para aliviar a ansiedade, mas na verdade eu estava por um fio. Cerca de 1h depois, uma outra enfermeira veio me buscar para ir  para o centro cirurgico. Já levantei da cama com um nó na garganta, e desmoronei no choro. Fui chorando o caminho inteiro... estava morrendo de medo, era a primeira vez que eu ia fazer uma cirurgia. Só de pensar em ser entubada, tive pânico.
Como eu havia dito em posts anteriores, as consultas de pré-operatório com o cirurgião não foram muito legais... não teve muita conversa, eu não sabia o que seria feito durante a cirurgia, nem pra que... Sabe aquela história de humanização do atendimento ao paciente? Na minha opinião, passou longe...Por isso eu estava ali, me direcionando para o centro cirúrgico cheia de dúvidas e medos.
No auge do meu pânico, decidi tentar conversar com o médico alguma coisa antes de começar a operação.
Ao ser colocada na maca, algumas enfermeiras e uma simpática anestesista conversaram um pouco comigo tentando me tranquilizar enquanto colocavam uns eletrodos no meu tórax, puncionavam a veia da minha mão direita para a anestesia. Então pedi para a anestesista não aplicar a anestesia antes que eu pudesse falar com o cirurgião (que não estava na sala de cirurgia até o momento).
Daí a anestesista concordou em aguardar um pouco e a enfermeira foi chamar o Dr Carlos Lino (cirurgião que ia me operar).

Um minuto depois e ele entrou na sala de cirurgia, parou cerca de 1,5m de distância da maca cirúrgica onde eu estava (toda amarrada e cheia de fios) e me cumprimentou. Meio ansiosa (quase desesperada!) eu falei: "Dr, eu queria saber sobre a minha cirurgia... ela vai me ajudar em quê? vai aumentar a minha fertilidade? é uma cirurgia terapêutica ou apenas para confirmar ou descartar se o que eu tenho é endometriose?"
E mais uma vez, decepcionando a minha expectativa, de longe mesmo ele respondeu: "Vamos ver, vamos ver..." e foi se afastando.
Naquele momento tive a péssima sensação de insegurança, o medo aumentou e eu me senti como uma cobaia. Passei a chorar ainda mais, e a simpática anestesista fez a gentileza de me sedar. Puff!
(Continua no próximo post)

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Porque levar isso adiante?

Vcs devem estar se perguntando porquê que eu levei adiante a marcação da cirurgia se eu tinha achado tão ruim a minha consulta com o cirurgião.
Sabe que nem eu sei o porquê?!
Acho que eu estava tão ansiosa pra resolver isso logo, o cirurgião havia sido indicado pelo Dr Toninho, que é o meu médico de confiança.
Provavelmente, eu ja vinha tão sofrida emocionalmente com todo o processo de descoberta da endometriose, que isso foi como uma continuidade da sequência de coisas ruins... Mas enfim, fui ao hospital, agendei a cirurgia, fiz a consulta com anestesista, recebi as instruções sobre preparo intestinal, jejum, roupas adequadas para o pós operatório, etc.
Pronto, agora é esperar chegar a data combinada! Que eu tenha boa sorte!

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

A consulta pré-cirurgia...

Chegou o dia da consulta pré-cirurgia.
Saí de casa cedinho pra não arriscar de perder a hora com o trânsito engarrafado.
Chegando na clínica, aguardei um pouco na recepção e logo fui chamada.
Entrei no consultório e o Dr Carlos Lino estava com o meu prontuário aberto. Ensaiei fazer algumas perguntas sobre a cirurgia que foram respondidas com frases curtíssimas e quando eu menos esperava, ele me pediu que aguardasse lá fora para pegar os papéis de encaminhamento para o hospital onde eu faria a cirurgia.
Eu simplesmente fiquei com cara de "ahn?". Saí da sala carregando as mesmas perguntas e dúvidas que eu havia trazido. Sem saber nenhum detalhe da minha cirurgia, nada nada nada!
Eu queria saber qual o objetivo da cirurgia, se é só diagnóstica ou se vai me curar da endometriose... se vai aumentar a minha chance de engravidar... Se o meu caso parece difícil, ou vai ser simples de resolver... Como é o pós operatório? Vai doer? Vou ter que ficar quanto tempo de repouso?
Já do lado de fora da sala eu, com cara de boba, não me conformava por não ter conseguido tirar as minhas dúvidas. O médico era estranho, curto nas respostas, não dava oportunidade...
De repente, a recepcionista mal humorada me chama e me entrega vários papéis, guias que eu deveria levar ao hospital Itaigara Memorial para agendar a minha cirurgia.
Frustrada, saí de lá com uma "nuvem negra" sobre a minha cabeça...

Marcando a consulta pré-cirurgia...




No dia seguinte, liguei para a Ginevídeo à tarde para saber se o Dr Carlos Lino tinha conversado sobre a minha Ultrassom com o Dr Kleber Chagas. Não consegui informação nenhuma... Nossa, que recepcionista mal-humorada. Acabo ficando também de mal humor quando falo com essa mulher. Que energia negativa, credo!
Achei melhor ir lá pessoalmente.
Cheguei na clínica e fui mal atendida, pra variar. Entreguei o envelope com o resultado da ultrassom e deixei marcada a consulta pré-cirurgia.
Está chegando a hora e eu ficando mais ansiosa. Morro de medo de anestesia...

Após a USG com o Dr Kleber...

Fiquei muito animada após ter realizado essa ultrassonografia. O Dr Kleber Chagas me deixou bastante confiante de que tudo daria certo. Ele até se ofereceu para telefonar no dia seguinte para o Dr Carlos Lino para falar sobre as suas impressões com relação ao meu exame.
Ansiosa, fui para casa e scaneei o laudo e as imagens do meu exame. Então liguei para o consultório do Dr Carlos Lino e pedi a recepcionista que me desse um endereço de email para enviar esses resultados para o Dr Carlos Lino, já que no dia seguinte o Dr Kleber Chagas ligaria para ele pra falar dos meus exames.
A recepcionista inicialmente se recusou a me informar o email. Sem entender porque, insisti, expliquei o motivo, e ela permaneceu resistindo em me dar o tal endereço de email. Disse que não tinha autorização para me dar o email (mas o que há demais nisso????), blá, blá, blá... Fazendo questão de deixar clara a sua má-vontade.

Após muita insistência e várias ligações, venci ela pelo cansaço, e consegui um endereço genérico da clínica Ginevídeo.
Depois de tanta dificuldade, não botei muita fé de que aquele meu email seria lido, mas mesmo assim escrevi brevemente sobre a minha consulta com o Dr Kleber, expliquei que ele telefonaria no dia seguinte para falar pessoalmente com o Dr Carlos Lino sobre o meu exame, e anexei o laudo e as imagens.
Enviei...

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

A ultrassonografia com o Dr Kleber Chagas

Cheguei ao consultório do Dr Kleber Chagas toooda esbaforida com medo de perder o horário da consulta. Para piorar, o valor do exame era R$ 200,00 e só aceitava em dinheiro, mas eu não estava com esse valor na mão e então saí correndo para sacar dinheiro e retornar. Mas enfim, consegui chegar a tempo e ainda esperei um pouquinho. Fui a ultima paciente do consultório naquele dia, o que achei legal, porque como não tinha ninguém esperando, meu exame foi feito com bastante calma.
Entrei na sala da ultrassom e o Dr Kleber era um coroa muito simpático, conversava bastante e tinha um sotaque meio espanhol. Ele é brasileiro, mas parece que morou tanto tempo no exterior que pegou algo do sotaque extrangeiro.
O exame foi tranquilo, era realmente um ultrassom especial e um médico especial. Ele conseguiu ver nesse exame, coisas que nenhum médico tinha visto antes.
Primeira coisa que eu adorei saber é que MEU ÚTERO NÃO É BICORNO, É NORMAL, NORMAL, NORMALLLLLLL!!!!! UUUUuuuuuUUUuuuUUUuuUHHHhhhhhhhhhhhUUUuuuuuuUuu!!!!!!!!!!!!!!
Eu estava detestando a idéia de ter um útero deformado, e tinha muito medo dos problemas que isso poderia me trazer, mas GRAÇAS A DEUS, MEU ÚTERO É NORMAL!
Aliás, tem um leve, levíssimo arcuamento. Nada demais.
Segundo, o Dr Kleber identificou algumas aderências nos meus ovários, bexiga, trompas. A mobilidade tubária estava reduzida.
Então é isso, minhas trompas estão coladas e não consegue "ir buscar" o óvulo liberado no ovário todo mês, então o pobre ovulinho cai na escuridão dentro da minha barriga e morre. Que triste.
E eu esses anos todos, sem saber de nada, neurótica com os métodos de prevenção de gravidez, com medo de engravidar num momento inadequado. Se eu soubesse que não seria assim tão fácil, já estaria "arriscando" há muito tempo.
Bem, voltando à consulta... O Dr Kleber conversou bastante, me mostrou as imagens de ultrassom sugestivas das aderências, me explicou muitas coisas e me deixou bastante otimista com relação ao meu prognóstico. Saí de lá com o meu exame prontinho, com várias "fotografias" tiradas pelo aparelho de ultrassom, um laudo enorme de uma página inteira, e com muita esperança de que tudo iria dar certo.
Amei esse médico, o Dr Kleber Chagas. Super recomendo!

A primeira consulta com o cirurgião

No dia agendado, saí do trabalho mais cedo e fui direto para a consulta. Fui atendida no horário marcado, praticamente sem atrasos. Entrei na sala, falei algo sobre a minha dificuldade para engravidar, o Dr Carlos Lino olhou os meus exames e me pediu que fizesse um exame de ultrassom com um médico específico, o Dr Kleber Chagas. Ele precisaria do resultado dessa ultrassonografia para orientar a minha cirurgia.
A consulta foi muito rápida, durou cerca de 5 minutos. Não gostei muito por ser uma primeira consulta com aquele médico. Especialmente se tratando de ser o médico que iria me operar, e eu nunca fiz cirurgia antes... tinha muitas dúvidas, medo, queria saber como seria etc. Mas eu ainda retornaria com o resultado desse exame e teria oportunidade de perguntar tudo que eu quisesse. Então, saí do consultório do Dr Carlos Lino e já liguei para agendar a tal ultrassom. Por sorte, tinha uma vaga pro mesmo dia (acho que teve uma desistência na agenda). Me encaminhei imediatamente para o consultório do Dr Kleber Chagas para fazer logo esse exame.
Haja enfrentar o trânsito de Salvador, e que saco fazer mais exames, mas já que tem que fazer, vamos lá!

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Nova consulta com Dr Toninho, com os resultados dos ultimos exames.

Desde que peguei o laudo da histerossalpingografia, aguarde os dias passarem (lentameeeente) até chegar a data da minha nova consulta com o Dr Toninho.
Quando finalmente a data chegou, fui pra consulta munida de todos os meus resultados.
Dessa vez o meu marido me acompanhou na consulta, o que foi ótimo.
O meu marido foi aluno do Dr Toninho na Faculdade de Medicina. Achei que a presença dele ia me ajudar a entender e absorver todas as informações.
A consulta com o Dr Toninho foi fantástica! Ele é maravilhoso!
Me explicou timtim por timtim o laudo do meu exame. Me tranquilizou dizendo que se eu realmente tiver útero bicorno, é num grau muito leve que não atrapalharia em nada levar uma gestação até o final.
Além do mais, o laudo da histerossalpingo não é conclusivo e precisa de outros exames para confirmar a suspeita de útero bicorno.
Bem... tomara que não se confirme esse diagnóstico.
Mas no fim das contas, o Dr Toninho tem uma suspeita muito grande de que o meu problema seja endometriose.
Ele me recomendou que fizesse videolaparoscopia com o Dr Carlos Lino, pq isso iria confirmar se eu realmente tenho endometriose e também cauterizar as lesões causadas pela doença, o que poderia me ajudar a engravidar.
Fiquei tão confiante depois da conversa com Dr Toninho, que ao retornar pra casa, já liguei logo para agendar a consulta para a cirurgia.

O laudo da hiterossalpingografia

Olá, pessoal! No post anterior eu descrevi como me senti fazendo o famigerado exame da histerossalpingografia. Após o exame, fui para casa aguardar o laudo que sairia à tarde.
À tarde a minha mãe foi comigo até a clínica.
Peguei o laudo e já fui abrindo para ver o que tava escrito.
Notícia boa: As duas trompas estavam permeáveis ao contraste. Ou seja, eu não tenho obstrução das trompas, o caminho está livre para passagem de óvulos. Pensei de imediato: "Será que o problema só é que eu não estou ovulando????" Bem... se for isso, vai ser moleza resolver. Vamos ver o que o Dr. Toninho vai achar quando ver o meu exame.
A notícia ruim: A conclusão do laudo é que a imagem era sugestiva de útero bicorno.
Quando eu li, não tinha a menor idéia do que seria isso. Fui correndo pra casa pesquisar no Google, hehe!
Ao chegar em casa, fui pra internet e comecei a ler sobre útero bicorno. Logo, entrei em pânico. Será? Mas a imagem do meu exame não estava tão parecida com as imagens bizarras que encontrei na internet. Uma malformação... eu tenho uma malformação? -Não, não, não, nãoooooo!!! Eu não aceito isso!!! Socorro!
As vezes é melhor a gente ignorar as coisas... Já fiquei achando que seria uma missão impossível engravidar.
Além de não conseguir me conformar de que eu tivesse uma malformação.
Deprê...

domingo, 22 de julho de 2012

A Histerossalpingografia

Próximo exame a fazer: Histerossalpingografia.
Liguei para várias clínicas da cidade, todas com suas agendas lotadas e previsão de vaga, apenas com 3 meses ou mais de espera. Resolvi ligar para algumas clínicas em Feira de Santana, uma cidade a 108km de Salvador. Minha família mora lá, e por isso, decidi tentar. Por sorte, consegui agendar o exame para cerca de 20 dias depois.
Na véspera da data combinada para o exame, viajei para Feira de Santana e dormi na casa da minha mãe.
No dia seguinte, acordei cedinho e me dirigi ao Instituto de Radiologia. O exame era feito por ordem de chegada. Cheguei às 7h e já tinha duas pessoas na minha frente aguardando o mesmo exame.
Fiquei aguardando com um pouco de ansiedade. No dia anterior eu havia lido algo sobre a tal histerossalpingografia, e em muitos blogs, relatos de pessoas que sofreram com o exame... isso me deixou um pouco tensa.
Tecnicamente, esse exame consiste em preencher todo o interior do utero com um líquido contrastado e depois, "fotografar" o útero com Raios X, pra verificar se o líquido passa pelas trompas, e se há algum sinal de septo, sinéquia ou outra anormalidade na cavidade, etc.
Parece um exame simples, mas o grande problema é que dói bastante e é muito desconfortável.
Bem, vou me resumir em registrar aqui a forma como me senti fazendo esse exame, pois há muitos sites que explicam detalhadamente a parte técnica.
Ao ser chamada, me dirigi à sala de Raios X e fui solicitada a tirar a roupa e vestir a capa.
Depois, deitei-me na maca e uma técnica de enfermagem veio colocar em mim o famigerado espéculo (nossa, detesto isso!). Era só o começo, mas já eu estava super desconfortável com aquele espéculo enorme, paracendo que ia me dividir ao meio!
Logo depois, ela veio com um material, um tipo de catéter próprio para o colo do utero. Questionei se a passagem do catéter não deveria ser feita pelo médico, em vez da técnica de enfermagem.
A técnica de enfermagem demonstrou descontentamento com o meu questionamento e chamou o médico radiologista.
Então, vi o médico entrar na sala com uns óculos pretos no rosto, tipo máscara de mergulho. Ele disse que se ele retirasse os óculos, as pupilas iriam se contrair e ele nao ia conseguir enxergar as imagens de raio X durante o exame, e insistiu para que o catéter fosse passado pela técnica de enfermagem.
Não gostei nem um pouco disso, mas mesmo discordando, eu já estava ali, resolvi criar forças e enfrentar a situação.
A técnica de enfermagem parecia desajeitada, ela tinha dificuldade para acessar o orifício do colo do útero e mexia o espéculo pra lá e pra cá. Eu estava me sentindo péssima, sentia dor, desconforto... mas ia aguentando...
Com a demora para ela conseguir passar o catéter, o médico resolveu tirar os oculos pretos e veio "ajudar". O que ele fazia era só dar opinião: "Faz assim, faz assado", e a mulher, mexendo e remexendo o espéculo tentando colocar o catéter.
Quando finalmente conseguiu colocar o catéter, veio a pior parte. Sem eu ser avisada, ela pinçou o meu colo do útero com uma pinça cirúrgica.
Nooooossaaaa, que dor terrível. In - su - por - tá - vel!
A tortura começava aí. Após pinçar o meu colo do útero, colocaram mais um monte de ferros dentro da minha vagina. Eu não sabia o que era aquilo, parecia um fórceps. Nenhum deles se preocupou em me comunicar o que estavam fazendo. Humanização do atendimento: ZERO!!!
Tudo doía tanto que eu já nao conseguia me controlar, gritei, chorei, pedi pelo amor de Deus para pararem com aquilo, e os dois profissionais que estavam me atendendo, muito isentos da dor que eu estava sentindo, só ficavam dizendo "aguente mais um pouquinho", "aguente aí para não ter que vir fazer tudo de novo".
Bem, daí o contraste foi injetado e feitos os raios X, sendo que eu ainda precisei me virar pra um lado e pro outro com aquele monte de ferros, para "fotografar" o meu utero em vários angulos.
Foram feitos 5 raios X. Fim da tortura? - Ainda não!
Tive que esperar revelar os filmes de raio X pra ver se ficou bom, pra só depois retirarem aqueles ferros e aquela pinça de dentro de mim.
Saí do consultório desesperada, e ao chegar na rua, do lado de fora da clínica, desabei no choro...
Sentei, liguei para a minha irmã, contei sobre o exame. Passei alguns minutos tentando me acalmar, e depois voltei para o carro e fui para a casa da minha mãe aguardar o laudo, que sairia à tarde.
Esse, sem dúvida, foi o pior procedimento que já fiz na vida. Me senti exposta, humilhada, maltratada, sem falar na dor. Acho que tudo se tornou pior com a falta de humanização do atendimento. A cara de "nada" do médico, que não me passou segurança nenhuma, e o fato de o catéter ser inserido por um técnico de enfermagem que não tinha nenhum jeito para fazer isso. Tudo contribuía para o máximo de sofrimento.
Fiquei me questionando se esse exame não seria um ato médico, que erroneamente a clínica estava colocando um técnico de nível médio para fazer, pois ao meu entender, não é um procedimento simples.
Ahhh, mas o pior já tinha passado. Depois eu verifico essa questão junto ao Conselho de Medicina.
Agora era só esperar o laudo e retornar para o meu querido médico ginecologista, Dr Toninho.

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Primeiros resultados dos exames

Retornando para consulta com Dr Toninho, levei os resultados dos exames de sangue (dosagens de hormônio, sorologia), espermograma do meu marido e ultrassonografias.
Confesso que eu estava superansiosa, achando que eu já sairia dali com uma receitinha de remédio para fazer meu organismo voltar a ovular normalmente, e isso resolveria o meu problema. Mas não foi bem assim...
O Dr Toninho viu que os exames de sangue e espermograma estavam normais. Quanto às ultrassonografias, ele me falou que a coisa mais fácil era fazer uma mulher ovular, mas que ele estava suspeitando de outro motivo para a minha dificuldade para engravidar, e então solicitou uma histerossalpingografia.
Lá vou eu então, fazer mais exames...

Terceiro dia da ultrassonografia seriada

Dois dias depois do último exame, em que não tinha nenhum folículo ovariano se desenvolvendo, voltei para a terceira ultrassonografia seriada - apenas para cumprir tabela. Mesmo assim, ainda havia uma pontinha de esperança de aparecer alguma coisa diferente nas imagens.
Resumindo, cheguei ao consultório, aguardei ser chamada, fiz a ultrassom e nada de folículo dominante. Estava tudo igual, o maior deles tinha apenas 4mm de diâmetro, longe de ser um folículo maduro que liberaria um óvulo saudável. Ou seja, eu estava tendo ciclos anovulatórios (sem liberar óvulos).
Fiquei com aquela cara de interrogação, sem saber o que seria...
De volta para casa, aguardei a consulta de retorno com o meu médico para saber o que ele achava daqueles resultados.

terça-feira, 27 de março de 2012

Segundo dia da ultrassonografia seriada

Segundo dia da USG.
Eu estava trabalhando, mas pedi à minha chefe para me ausentar do trabalho por 1 hora.
Ansiosa para ver se o folículo estava se desenvolvendo, nem pensei no incômodo que é fazer esse exame.
Me apresentei uns 15 minutos antes do horário marcado, e como era de se esperar, tive que aguardar uns 40 minutos até ser chamada.
O exame dessa vez foi mais rápido, porém nenhuma novidade. O folículo não se desenvolveu, continuava medindo 4mm. Sinal de que não se tornaria um folículo dominante que libera o óvulo no período fértil.
Que pena. Mas ainda assim, eu saí do consultório com esperança de que, quando eu voltasse para o terceiro ultrassom, o folículo poderia estar maior.
O próximo exame seria em 2 dias.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Primeira dia da ultrassonografia seriada

Aguardei alguns dias até chegar a data marcada para a minha primeira ultrassom.
Quando cheguei na clínica, perguntei à recepcionista qual a especialidade do médico que ia fazer o meu exame e ela não soube me informar. Após uns 40 minutos na sala de espera, fui chamada por uma auxiliar do médico, que me orientou tirar a roupa e vestir uma capa.
Deitei na maca e o médico, Dr. Grimaldo veio, trocou meia dúzia de palavras comigo e então iniciou o exame.
Muito indelicado, manipulava o aparelho de forma desajeitada causando muito desconforto e até dor.
Comecei a me retorcer na maca e ele reclamou, pedindo que eu ficasse quieta. Enquanto o médico olhava no monitor do aparelho de ultrassom, franzia a testa e fazia cara feia. Comecei a ficar tensa. Ele não dizia nada, só fazia cara feia e olhava para o monitor, enquanto movimentava o bastão do ultrassom.
Fui ficando nervosa, passei a imaginar que ele havia descoberto um tumor enorme ou algum problema bem bizzaro. Perguntei: "o que o senhor está vendo, doutor?". Ele respondeu: "Suas alças intestinais estão dificultando a visualização dos ovários. Aguarde um pouco." Então levantou e saiu da sala, retornando dois minutos depois com outra médica, Dra Daniela. Essa médica chegou na sala bastante simpática, me fazendo perguntas. Sentou-se à frente do aparelho e começou a manuseá-lo, identificando rapidamente os meus dois ovários. Enquanto ela ia encontrando, ia mostrando tudo pro Dr Grimaldo, como uma professora ensinando pro aluno como é que se faz.
Ela encontrou um pequeno folículo de 4mm de diâmetro. Esse folículo poderia ser ou não o folículo que ia liberar o óvulo, mas ainda estava muito pequeno para saber. Eu só saberia no próximo exame.
Então num instante, finalizamos o exame com a Dra Daniela e eu me vesti e retornei para a recepção para aguardar o laudo ficar pronto.
Enquanto isso, perguntei à recepcionista se tinha vaga na agenda da Dra Daniela para fazer os próximos dois exames, mas ela disse que não. Infelizmente eu teria que fazer mesmo com o Dr Grimaldo (que eu não gostei nem um pouco).
Recebi o laudo após alguns minutos e fui embora dali, para retornar dois dias depois para a segunda sessão.

Marcação da Ultrassonografia seriada para diagnóstico de ovulação

A ultrassonografia seriada para diagnóstico de ovulação é uma sequência de exames de ultrassom que são realizados em dias consecutivos para identificar se, e quando,  uma pessoa está ovulando.
A ovulação acontece geralmente no meio do ciclo, cerca de 14 dias após a chegada da menstruação. O período fértil é a fase em que a pessoa está ovulando e tem chances de engravidar.
Às vezes, por alguns motivos como problemas hormonais, entre outros, algumas pessoas não ovulam durante o mês inteiro, o que é chamado de ciclo anovulatório. Sem ovulação, é impossível acontecer uma gravidez.
A ultrassom seriada me ajudaria a saber se eu estava ou não ovulando.
Já comecei com alguma dificuldade para encontrar um lugar que fizesse essa sequência de exames pelo plano de saúde. Liguei para várias clínicas indicadas no site do meu plano de saúde, até conseguir num consultório especializado em diagnóstico por imagem.
Marquei para começar no 11o dia do ciclo. A sequência ficou assim: no 11o, 13o e 15o dias do ciclo. Infelizmente eu não estava de férias e tive que pedir a minha chefe para sair do trabalho por 1h 30min nesses três dias, o que foi ruim, pois eu ainda estava meio reservada e não queria comentar sobre o meu problema com ninguém, mas não tive escolha. Falei pra ela que eu estava fazendo uma investigação diagnóstica por dificuldade para engravidar e que eu precisaria me ausentar do serviço por alguns instantes nesses dias. Não cheguei a dar muitos detalhes, mas mesmo assim foi péssimo! Quebra de privacidade! Mas... paciência.


quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Espermograma


Não era só eu que tinha exames para fazer.
Havia uma solicitação de espermograma pro maridão e ele já estava sabendo, mas demorou vários dias para ir fazer.
Confesso que tive bastante receio de que aparecesse algum problema sério no espermograma, pois (posso estar enganada, mas) acho que quando o problema é no homem, não tem muito o que ser feito.
Graças a Deus o resultado veio rápido e estava tudo normal.
Respirei aliviada, mas por outro lado, senti um pouco mais o peso de quase ter certeza de que, se existia algum problema, o problema estava em mim.

Os primeiros exames

Ansiosa para descobrir se havia algum problema, tratei de providenciar logo a marcação dos primeiros exames.
Acordei cedinho e fui em jejum ao laboratório fazer a coleta de sangue para avaliar hemograma, glicemia de jejum, colesterol total e frações, prolactina, FSH, Estradiol E2, Testosterona livre e total, DHEA e SDHEA.
A dosagem de prolactina tinha uma série de restrições. Não podia fazer exercício no dia anterior, nem sexo. No dia do exame, era necessário estar em jejum e ficar sentada na sala de espera por 30 minutos antes da coleta de sangue, sem cruzar os braços ou as pernas. Estranho, hein?
Mas fiz tudo como solicitado. Recebi um código para pegar os resultados pela internet e aguardaei alguns dias até que os resultados estavam prontos.
Imprimi os resultados e vi que tudo estava normal, dentro dos limites de referência indicados pelo laboratório.
De qualquer forma, quem vai dar o parecer é o Dr. Toninho, quando olhar meus resultados.
Isso é só o começo, tenho mais solicitações de exames para cumprir. Vamos que vamos!

A escolha do médico e a primeira consulta.

Andei pensando comigo mesmo. Desde a minha primeira consulta com um ginecologista, aos quase 20 anos de idade, o médico me informou que o meu colo do utero era "virado" para a esquerda.
Será que isso estava atrapalhando de alguma forma?
Minha irmã, que teve problemas com a primeira gravidez, andava pesquisando muito sobre médicos e tratamentos e estava sendo acompanhada por um dos profissionais mais gabaritados da obstetrícia em Salvador. Não vou aqui fazer uma listagem das competências desse médico, mas ansiosa como estava em busca de uma resposta sobre a minha "demora" para engravidar, decidi procurar esse médico.
Dr. Antônio Carlos Vieira Lopes, ou Dr Toninho, como suas pacientes chamam.
Ele foi professor do meu marido na universidade e era muito querido pelos alunos.
Na minha primeira consulta, fui muito bem recebida pelo Dr Toninho, que me encheu de perguntas e fez ultrassom. A princípio, nenhuma evidência de anormalidade. Dr Toninho me disse que 6 meses não é tempo suficiente para se preocupar, mas mesmo assim, saí do consultório com uma pilha de papéis solicitando vários exames.
Respirei fundo e vamos lá!

Vários meses de tentativa... e nada!

Meu marido já falava em filhos desde o 2o ano de casamento. Quando eu resolvi que estava na hora de engravidar, só precisei avisá-lo de que logo logo nosso bebê estaria chegando, pois eu iria parar de "evitar".
Apenas não controlei mais nada. Como o meu ciclo menstrual sempre foi (inacreditavelmente!) regular, eu estava certa de que num instante eu estaria grávida.

Até passei a me comportar de forma diferente. Saí para comprar sapatos e escolhi saltos mais baixos, modelos confortáveis. Roupas e vestidos mais compridos e folgadinhos. Encurtei bastante os cabelos.
As conversas com as amigas passaram a ser sobre bebês, gravidez, planos, etc.

Passaram-se o primeiro, segundo, terceiro mes e nada. Que chato! Cada vez que a menstruação chegava, uma decepção.
Ainda despreocupada, apenas passei a observar os dias férteis do meu ciclo e tentar estar com o meu marido nos tais dias estratégicos, para dar um "empurrãozinho" no destino!

Então vieram o quarto, quinto, sexto mês. Mais e mais sentimentos de frustração a cada menstruação que chegava. Sempre na segunda metade do ciclo eu ficava sem saber se eu podia tomar bebida alcoolica, se eu podia pular, pegar peso... pois eu podia estar grávida sem saber. Ansiedade seguida de decepção. E eu ainda ficava na dúvida, por causa dos plantões do maridão. Nem sempre dava pra estar com ele nos dias planejados. Achava que o meu esquema de dias férteis estava sendo falho.
Mesmo assim, isso incomodava muito. Na minha cabeça, não era para ser assim tão difícil.
Resolvi procurar um médico.

A vontade de ser mãe.


Conheci o meu marido na universidade. Eu tinha só 18 anos e ele 19. Estamos juntos há 12 anos e me considero uma pessoa de muita sorte no amor! Não foi tudo perfeitinho o tempo inteiro; durante o namoro tivemos brigas, términos e voltas, dúvidas, etc, como todo casal normal. Mas o mais importante é que tudo isso por que passamos acabou reforçando ainda mais os nossos laços e hoje temos uma parceiria incrível.
Nos últimos 4 anos eu tenho sido uma mulher casada, independente e sem filhos, feliz e convicta! Vida de casal sem filhos é muito boa. Viajamos muito, fazemos coisas divertidas!
Sem crianças para se preocupar a gente se curte mais e cuida mais um do outro! Eu continuaria assim, sem filhos, por mais uns 2 ou 3 anos se eu fosse apenas contar com o meu desejo de ser mãe no momento. No entanto, eu sempre soube que não se deve esperar demais para engravidar, pois com o avançar da idade as chances de doenças congênitas e os riscos de complicação na gravidez aumentam, além de a fertilidade cair.
Ao completar 29 anos em 2011, pensei: "Tá na hora"! E assim, passei da fase de planejamento familiar à fase que se chama carinhosamente de "Tentante"!